quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Ignorância mata?



A Ignorância mata?

“Se me perguntar o que é a morte! Respondo-te: a verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!” (Pitágoras, 582 – 497, AC)

 “Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-vos, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábio e inteligente”.(Dt-4:5,6).

Deus sempre desejou que o seu povo, fosse um povo que fizesse a diferença entre as demais nações da terra, em todos os sentidos. Um povo há possuir o Único  Deus verdadeiro, e uma lei justa e santa. Um povo rico e de sabedoria invejável. Refletindo sobre esta exortação de Moisés. Podemos concluir que, a subsistência deste povo, viria, pela sabedoria em cumprir fielmente os estatutos e juízos da lei do Senhor. Caso, contrario, seriam fatalmente destruídos da face da terra. Que certamente, e lamentavelmente foi o grande fracasso deles.

E foi por esta causa que o profeta Oséias, lamentou ver, o seu povo ser destruído. O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Os-4:6) (Qualquer pessoa com pouca informação desta data, certamente irá pensar que faltava da parte dos governantes, investimento na área do ensino). Parece correto esta afirmativa; visto que em nosso tempo, não é diferente, pelo menos em nossa terra chamada Brasil. “Porém, seria este, o verdadeiro motivo para a falta de conhecimento daquele povo?”. Por certo que não. Pelo menos, não é deste conhecimento que estamos falando; mas, sim, de conhecer e praticar as leis de Deus; as quais eram constitucionais para nação de Israel. Descumpri-las, não só desmereciam as benções, como também quebravam a aliança com o Senhor. Vindo a seguir toda sorte de infortúnios e desgraças. Tais como: Guerras, enfermidades, fome e pestilências. E, principalmente a morte espiritual. (Os-4:1-5)

 O profeta Oséias viveu em um período em que a nação de Israel resistia à vontade de Deus, cometendo todo tipo de pecado, que o entristecia muito. Mas, o que mais desagradava o Senhor, era o descaso que eles faziam da sua palavra; preferindo as revelações provindas dos falsos profetas e adivinhos, rejeitando assim a palavra de Deus e o seu conhecimento. (Os-4:7-13)

A bíblia diz que, quando muda o sacerdote muda também a lei. (Hb-7:12 ).   A lei efetivamente foi mudada. Porém, a ignorância do povo, não. Temos comprovado em nossos dias, chamo “hoje”, que nada ou quase nada tem mudado desde os dias do profeta Oséias. Temos comprovado nos nossos dias mesmo estando em outra dispensação e gozando de melhores promessas; que em termos de conhecimento da verdade, pouco ou nada mudou; visto a ignorância Bíblica do nosso povo; diz alguns historiadores que, nunca houve um tempo com maior analfabetismo bíblico, como o nosso. Poucos conseguem responder com mansidão, a quem lhes perguntar a razão da vossa esperança. Como diz o apostolo Pedro em 1Pe-3:15. 

O apóstolo Paulo profetizou a Timóteo seu filho na fé, que chegaria tempo difíceis. “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega-a a palavra, insta que seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”. (2Tm-4:1-4)

Esta verdade está comprovada no comportamento dos evangélicos em nossos dias, diante da  rejeição aos cultos de estudo Bíblicos, e a preferência  aos cultos de campanhas de benção, avivamentos, shows gospel e outras novidades; visto que para isso, o nosso povo é bem criativo.  Mas, o que tem me chamado à tensão, não é simplesmente o desinteresse do crente pelo estudo das Escrituras. Mas, sim, a má qualidade destes ensinos. Tenho verificado a composição de algumas grades do ensino teológico ministradas pelos seminários, dentro ou fora das Igrejas; pude entender através delas, o porquê de tanto desinteresse do nosso povo.

(Amados, com todo respeito aos que é devido; porque certamente ainda existem homens idôneos e compromissados com Deus e sua palavra). Mas, é lamentável, o nível de qualidade dos nossos seminários chega ser tão ruim, quanto ruim é o nível do nosso ensino secular. Sei que a comparação pode ser meio esdrúxula, porem, tratando-se de estudo, ainda que o conteúdo seja diferente, quanto diferente são os objetivos. Disse o apostolo Paulo que a dedicação deve ser a mesma. (Rm-12:7 –Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo).



Infelizmente, não é o que temos visto por aí. O que temos visto e ouvido, tem nos preocupado, e muito. Porque não se resume apenas a um povo desinformado da verdade ou desinteressado dela. Mas, o pior é ver que as lideranças não discernem a verdade ou não tem interesse de trazê-la a conhecimento do povo. E por falta do conhecimento o povo perece, disse o profeta Oséias.

Outro agravante também tem paralelo com o tempo do profeta Oséias, disse o Senhor através dele: (Os-4:7 – Quanto mais estes se multiplicaram, tanto mais contra mim pecaram; eu mudarei a sua honra em vergonha). Hoje o povo de confissão cristã evangélica tem tido um crescimento notável; mas, a “multiplicação” tem sido de baixa qualidade, a fé da maioria destes, está fora dos padrões Bíblicos desejados pelo Senhor.

Um povo que pouco lê, se lê mais não estuda, estuda, mais não medita. Portanto, nada, ou quase nada, podem discernir da verdade. Ou, seja, são incapazes de discernir corretamente o que diz as Escrituras. (Hb-5:11-14)
Também, isto não é novo, visto que os discípulos do Senhor Jesus, nos tempos apostólicos, também tinham esta dificuldade de entender os seus sermões, porque não tinha conhecimento das escrituras. Conforme - Mc-4:10-13–Mt-16:21-23 –Jo-14:1-11).
Exemplo disto é o relato dos discípulos no caminho de Emaús.
E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?
E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. (Lc-24:25-27).


Testemunho: Certa feita estava eu conversando com uma irmã em Cristo, uma excelente profissional na área da advocacia trabalhista. Falávamos de muitas coisas, e principalmente, das causas do Senhor; quando de repente; ela fez algumas referencia da sua forma de crer. Dizendo: Lá em casa é assim: quando tem alguém doente, levo logo na igreja “Tal”, onde tem uma campanha de cura e libertação, o pastor faz a oração da fé,  e coloca um “salzinho ungido” na cabeça do doente, e logo fica curado. Mas, quando o assunto é problema com dinheiro ou amarração nos negócios, eu levo na campanha dos Trezentos e Dezoito. Coloco tudo no altar, e a vitória é certa. Mas, o que verdadeiramente me assustou, foi a ultima declaração feito por ela. Ela disse: O que eu acho mais engraçado é que os “espíritos - santinhos” são todos iguais, em todas as igrejas eles falam as mesmas coisas. (Mt-22:29).

Bem, tratando-se de fé, eu achei até razoável o seu proceder.  Visto que milagres podem ser realizados em quase todas as religiões que professam fé espiritualizada. E, é nesse sentido, é que os falsos profetas tem conseguido sucesso no meio deste povo ignorante espiritual. Pois, a ignorância espiritual, independe da formação cultural ou acadêmica de uma pessoa.


A razão da fé de uma pessoa tem que obrigatoriamente passar pelo âmbito do conhecimento. Sem levar em conta qualquer formação acadêmica ou teológica, temos notado que, a fé no âmbito evangélico é muito superficial independente do nível social e cultural de cada pessoa. Em termos Bíblicos, o que prova que uma pessoa é verdadeiramente Cristã, não é quanto ele pode crer, mas, sim, o quanto ele pode discernir de suas verdades. Seja no âmbito histórico, nos atos proféticos e nas questões didáticas; (Leis e Doutrinas), sendo capaz de discernir corretamente os seus significados, através de tipologias, símbolos e figuras de linguagens. 

Temos visto homens de Deus, bem-intencionados com a verdade, porém, cometendo erros graves na hermenêutica de textos; por não levarem em conta as figuras de linguagem inseridas neles. Porém, precisamos levar em conta, que o conhecimento de Deus não se resume em informação ou conhecimento acadêmico, seja ele Teológico ou filosófico; o conhecimento de vem per certo diretamente das Sagradas Escrituras, através do estudo racional, da  meditação devocional e principalmente pela iluminação do Espírito Santo a cada um que vier a se dedicar a Santa palavra. (Dt-29:29 -2Tm-3:16,17).

A voz do profeta Oséias continua ecoando em nossos ouvidos: O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Os-4:6)

Postado pelo Pr. Fábio Scofield em 19/06/2014



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